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espacodecolonial

ATA 1 | 11.04.2019

TEXTOS-BASE:

- América Latina e o giro decolonial (Luciana Ballestrin)

- Colonialidad del poder, cultura y conocimiento en América Latina (Aníbal Quijano)




No dia 11 de abril ocorreu o primeiro encontro do grupo de estudos ‘Espaço e Colonialidade’ que escolheu os textos “América Latina e o giro decolonial” de Luciana Ballestrin e “Colonialidad del poder, cultura y conocimiento en América Latina” de Aníbal Quijano como pontos de partida para a discussão. Passando pelas propostas teóricas do movimento pós-colonial, dos estudos subalternos e do grupo Modernidade/Colonialidade que cunhou o termo decolonial, o encontro decorreu-se a partir do entendimento de que há uma perpetuação das estruturas coloniais na América Latina, África e Ásia que influem nas epistemologias do sul e na produção de saberes, manifestações culturais e articulações políticas.


Enquanto que o conceito de colonialidade está atrelado às permanências de sistemas coloniais, bem como da violência e da exploração moderna, o termo e a teoria pós-colonial se preocupam com as resistências a esta constância histórica e epistemológica. Por fim, o decolonial trata das práticas contra hegemônicas em meio a um sistema-mundo que reforça as estruturas de antigas metrópoles e colônias. Ademais, a escolha do uso do termo “decolonização” em detrimento de “descolonização” corrobora o desejo de distinção do momento histórico do fim da colonização, além de representar outra procedência de pensamento.


A partir destas premissas, pôde ser discutido os conceitos de ‘colonialidade do poder’, ‘colonialidade do saber’ e ‘colonialidade do ser’. Além de o colonialismo promover uma homogeneização das culturas e um corte em uma produção de conhecimento ao introduzir-se (corte epistemológico), ele também causa uma convergência entre comunidades tradicionais e legislações oficiais, onde o institucionalizado repete a violência colonial e suas estruturas de poder. As definições de Quijano no que tange a ‘colonialidade do poder’ são importantes no momento em que possibilitam pensar o espaço e a produção teórica do sul a partir das relações de poder e, consequentemente, pela lente da colonialidade.


Foi discutido ainda, a questão da hegemonia de algumas línguas dentro da produção teórica, em especial o inglês, crítica esta que se expandiu aos próprios teóricos latino-americanos em suas produções. Por fim, discutiu-se como as estruturas coloniais influem na produção do espaço em uma perspectiva da arquitetura e do urbanismo. Esta discussão abriu espaço para a indicação de um dos textos do encontro seguinte do grupo de estudos: “Stocks to Watch: Colonial Difference, Planetary ‘Multiculturalism’ and Radical Planning” juntamente com “Historias locales/diseños globales” ambos de Walter Mignolo.

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